quarta-feira, 26 de março de 2014

Bloquear o Facebook nas escolas - para quê?



Parece que o Ministério da Educação irá bloquear o acesso ao Facebook e outras redes sociais nas escolas. Para além da inutilidade desta medida (há algumas formas de contornar este bloqueio), qual é o objectivo? Melhorar a qualidade do acesso à Internet? Se sim, que uso é que é feito nas escolas da mesma? Será que os nossos alunos são exímios na pesquisa de informação para fazerem os seus trabalhos na escola sem estarem ligados em rede? E por falar em informação, ao bloquear certos websites, não se estará a bloquear o acesso a informação ou a formas de interacção que poderiam ser úteis no trabalho escolar?

A meu ver, subjacente a esta medida, está aquela lógica tão portuguesa e controladora, muito em voga na já defunta industria do calçado e do textil do vale do Ave, em que o controlo chegava aos tempos de paragem para ir à casa de banho. Não há criatividade que vingue ou floresça, criatividade essa fulcral para a inovação nesse tipo de industrias. Começar a amputar o livre acesso desde tenra idade é limitador do potencial humano.

A lógica tem que ser a inversa. O acesso deverá ser livre, ao mesmo tempo que acompanhado por normativos claros e inequivocos das consequências do uso indevido / excessivo dos meios de comunicação da escola. A punição terá que ser aplicada aos que não cumprirem com esse normativo, demonstrando que estão, com o acesso excessivo, a limitar o acesso de outrem. No fundo, é como a história do varão, do post anterior. Será útil simplesmente limitar o acesso ao varão do metro apenas porque o mesmo é monopolizado por meia dúzia de sociopatas?

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